Apoiar e preservar a cultura e tradição do povo cearense. Essa é a intenção da Lei n° 13.351, da Secretaria da Cultura do Ceará(Secult), que registra e valoriza os Mestres da Cultura Tradicional Popular. Com a vocação inata de produzir e transmitir o saber, os Tesouros Vivos da cultura cearense representam a tradição e a preservação de um legado imensurável para o Estado, principalmente no Interior.

Durante o Festival Vida & Arte, acontecem quatro Encontros de Mestres da Cultura, onde estes dividem com o público um pouco das décadas de amor pelas tradições populares cearenses. As artes do circo, das quadrilhas juninas, do fazer bonecos, da dança de coco e do repente são algumas das importantes manifestações populares cearenses representadas pelos Mestres que conversam nos dias 22 e 24 de junho, na Sala Clóvis Rolim.

O primeiro encontro de Mestres é entre o circo e as tradições juninas. José de Abreu Brasil é o Palhaço Pimenta. Natural de Canindé, ele iniciou as atividades circenses em 1960, no Grande Circo Uiara, quando ainda tinha 15 anos. Mais de meio século depois, Palhaço Pimenta transformava-se em Mestre da Cultura na arte circense.

A transmissão de saberes é um dos objetivos de seu circo no Conjunto São Cristóvão, onde é possível brincar de ser palhaço, com malabares ou nos trapézios. Também é a manuntenção de saber o trabalho de Dona Mazé, primeira mestre das Tradições Juninas do Ceará. Há mais de 40 anos, ela atua na comunidade Cigana, em Caucaia, com quadrilhas adultas e infantis compostas por familiares e outros moradores da região.

Também no dia 22 de junho, acontece o encontro entre os Mestres Cacique Pequena, Moisés Cardoso e Almeida Rainha. É pela dança do coco que Moisés Cardoso consagrou-se Mestre da Cultura cearense. Ele herdou a tradicional dança do coco dos seus antepassados indígenas. Natural de Trairi, Azevedo criou uma escolinha para repassar a tradição para a comunidade.

Primeira mulher cacique do Ceará, escolhida no dia 6 de março de 1995, Cacique Pequena tem na dedicação
e resistência pela tribo dos índios Jenipapo-Kanindé a missão das mais de sete décadas de vida. Numa biografia que se confunde com a luta pelos direitos de seu povo, Pequena foi eleita Mestre da Cultura em outubro de 2015.

No último dia de Festival, acontecem mais dois encontros de Mestres da Cultura. A arte do bonequeiro Chico Bento Calungueiro conversa com a cantoria do repentista Geraldo Amâncio, que, em mais de meio século de carreira, é também pesquisador dessa manifestação tão característica do Ceará, o repente.

Para encerrar, Mestre Macaúba do Chorinho encontra com Mestre Zé Pio do bumba meu boi. Tesouro Vivo da cultura cearense desde 2017, Macaúba é um dos mais respeitados bandolinistas do Brasil e há mais de 60 anos vem repassando esse saber. Zé Pio também começou no bumba meu boi muito jovem, ainda aos três anos de idade. Um dos criadores do Boi Juventude, ele desenvolve trabalho social com crianças, ensinando a cultura do bumba meu boi.

Serviço

Encontro com Mestres de Cultura – Mestre Palhaço Pimenta e Mestre Dona Mazé da Quadrilha
Quando: Dia 22, às 14 horas;
Onde: Sala Clóvis Rolim

Encontro com Mestres de Cultura – Mestre Cacique Pequena, Mestre Moisés Cardoso e Mestre Almeida Rainha
Quando: Dia 22, às 15h30;
Onde: Sala Clóvis Rolim

Encontro com Mestres de Cultura – Mestre Chico Bento Calungueiro e Mestre Geraldo Amâncio
Quando: Dia 24, às 13 horas;
Onde: Sala Clóvis Rolim

Encontro com Mestres de Cultura – Mestre Macaúba e Mestre Zé Pio
Quando: Dia 24, às 14hs30;
Onde: Sala Clóvis Rolim

O Festival

Local: Centro de Eventos do Ceará (Av. Washington Soares, 999);

Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) – válido para toda a programação do dia no evento (o acesso aos espaços estará sujeito a lotação). Ingressos à venda no site, na recepção do Jornal O POVO (Av. Aguanambi, 282 – Joaquim Távora) e nas Lojas JEF Iguatemi (Av. Washington Soares, 85 – 787 – Edson Queiroz) e RioMar Fortaleza (R. Des. Lauro Nogueira, 1500 – Papicu)